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12.2.09

Sobre o amor e outros Mundos. (Dogmas, certezas e a educação que herdei de minha mãe )

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                   “...Vai pelo caminho da esquerda, boy, 
que pelo da direita tem lobo mau
e solidão medonha."

                    
            (Caio F.)

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Fui educada para o amor de um jeito errado.
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Quando pequena me tilintavam textos. Minha mãe me dizia bons conselhos, desses passados de ancestrais a ancestrais, até alcançar a mediocridade na qual, até antes desse encontro, me encontrava.
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Fui, placidamente, educada para o amor dos outros.
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Meus doces desvarios, taxados de comportamento errado, eram-me arrancados no calor da brasa.
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E os pequenos avivamentos, olhares e sonhos, ficavam intraduzíveis.
Eu fui educada, dogmada, domesticada... Cultuada para o amor.
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Amor.
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Hoje eu percebo que ele se assentou. Sem muita cerimônia. Em estado bruto.
Ouro que não entreguei ao bandido.
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O amor não é o que me disseram.
Ele não é algo simples, sem egoísmo. O amor é cachorro, no sentido violento de adjetivo.
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E o que mais me seduz nesse encanto é esse gosto de pecado, que ele deixa em mim.
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Posso contar-lhes dele, sobre ele, sobre os seus anseios, mas, ora... não preciso que me olhem de soslaio. Apenas digo-lhes que ele se assentou, feito pedacinhos de poeira na água límpida.
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Se eu contar muito dele, vocês o misturam e ele volta a turvar-se.
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Prefiro-o assim, desmistificado e segredoso, quente. Sem boa educação e sem limites de ética.
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Sem dogmas, sem Neruda.
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O amor é um avivamento dos sentidos. O florescimento do caminho de esquerda.
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 .
(Jessiely Soares)

5 comentários:

Pio disse...

Perfeito!

Glauber Vieira disse...

Coisa fina! Esse final, então...

Jessiely Soares disse...

:D Obrigada, mocinhos!


Glauber, querido, descobri que não tenho o fanzine 5

:(

Ah, tu num imagina o quanto fiquei arrasada!

ükma disse...

Minha ídala!

por amor disse...

texto redondo.
parabens!