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17.10.09
Cantos para o Infinito
Nada caberia ali.
E ao mesmo tempo, caberia um rodopio de ares e gaivotas.
Devagar, com a singeleza dos pequenos afetos, eles se iam e voltavam, como marés.
Algumas canções e pingos de água salgada dos cabelos dela assentavam na areia dos pés dele.
Eram, de repente, soltos em meio a tanta conchas, um veleiro. Com grandes velas, panos de cobrir a vida.
Jovens, decerto, porque ainda eram tingidos com as nuances da inocência.
E todo o paraíso ainda era de nuvens tamanhas que adivinhavam aviões.
E ela nunca havia navegado no Pacífico.
E ele nunca havia visto o Sol nascer no Atlântico.
A vida era uma boca de engolir sonhos, no meio do mar morto, sais de todos os tipos agrupados nos olhos.
E a liberdade cheirava a coisas sublimes.
Eram finalmente dois navegantes das areias infinitas.
Além, muito além do ancoradouro.
(Jessiely Soares)
Um comentário:
muito bom, está sumida dos outros espaços!
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