Quase tudo o que vejo e sinto
aceito-os sem reservas e já nem
sei dizer, ao certo, se o faço
por amor, dor ou descaso completo.
Não sou cruel, desajeitada talvez;
Também não lambo feridas, raramente
faço um afago, admito.
E o vermelho ainda teima em sangrar-me.
Mãos secas e bondodas me descascam,
meus olhos orvalham e engulo a seco
a verdade que me medra, mas que
há tempos grita em meus ouvidos.
Vazia de rumos, escorro pelo muro
enquanto a noite cospe
estrelas e sombras
e na garganta tudo me engasga.
O comboio do desapontamento e
da tristeza seguem rumo marcando
passo em minha respiração;
cubro todos os espelhos,
a noite recua,
meu coração me esmaga
e tudo o que não quero
é fechar-me...
Nenhum comentário:
Postar um comentário