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5.10.10

visagem




















estes olhos
vendados em fuga
sem saber para onde
não têm porque

lajeados perdidos
em telas brancas
sob pincéis ásperos
e pouca tinta

em bocas desdentadas
recitam asco
fraquezas e taras
macias e aleijadas

vivem paraísos ilusórios
e pintam paisagens cinza
com a fumaça da metrópole
truculenta e assassina

adornam lagos e rios
com pontes inúteis
e caminhos fúteis
deixando de ser

percebem, enfim,
que nada mais os afeta
seja o silêncio
ou a palavra que execrada

tudo é questão de amperagem
ou gerarão força motriz
e perdendo-se em intensidade
ou serão graxa de engrenagem.


(ilustração de minha autoria)

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