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2.11.10


















tombei sobre a inércia das coisas
tão virtuosa e santa
que logo pediram canonização
não cedi aos desejos da carne
não curei-me da dor
e em meu andor de pedra
mesmo morta, ainda sangro

as lágrimas de pavor e ódio
descem sobre o manto alvo
mas ninguém está salvo
da ira que me acomete

vou, mas as ânsias
fermentadas na falta
farão me forte
e mesmo que nada
possa ou faça

jaz-basto-me.

(ilustração de minha autoria)

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