tombei sobre a inércia das coisas
tão virtuosa e santa
que logo pediram canonização
não cedi aos desejos da carne
não curei-me da dor
e em meu andor de pedra
mesmo morta, ainda sangro
as lágrimas de pavor e ódio
descem sobre o manto alvo
mas ninguém está salvo
da ira que me acomete
vou, mas as ânsias
fermentadas na falta
farão me forte
e mesmo que nada
possa ou faça
jaz-basto-me.
(ilustração de minha autoria)
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