Eu dançarei sobre teu túmulo
Paganismo inerte
Música que aprendi de ouvido
no pulsar envenenado
que me perverte
mas sustenta o fôlego
Desfarei no giro dos quadris
a mandinga e a modorra
que lançaste-me sobre a libido
Terei teu jazigo revolvido
e até o verme cuidarei que morra
sob coreografias febris
Ocorre que as hordas infernais
são palavras esmurrando minha porta
e as logro no encanto das cantigas
E entre ritos novos e práticas antigas
vislumbro-te carne exposta
nas manchetes dos jornais
Breve dançarei sobre teu túmulo
Iriene Borges
2 comentários:
Adoro esse!
Lindo mesmo!
Mas tá com marcador errado.
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