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22.8.09

Caro órfão de Amélia,

Minha repugnância é exatamente contra os da sua espécie, a mesma espécie que quando pedimos para passar o sal diz que temos duas pernas e dois braços, e ainda tem a audácia de falar: "Amor, é bom você usá-las porque senão atrofia, me agradeça depois".

Esse mesmo sujeito-homem-das-antigas que na pré-história puxava a mulher pelos cabelos hoje em dia se morde de medo de enfrentar a terrível bolha assassina de sabão que vive o fundo do tanque. E depois nós mulheres que somos o sexo frágil, ah, mas eu dava meu braço para ver um homem parindo um bebê. Vocês homens-cavernosos já sofrem por causa de um mísero cortinho de papel no dedo.

Poupe-me de seus choramingos provenientes da super-mulher, aquela que faz o dia ter quarenta e oito horas. Que além de cuidar dos filhos, trabalhar e tomar conta da casa, vocês cavernosos ainda acham obrigação dela abrir um sorriso sincero quando chega na cama e perguntar se querem massagem porque o dia de vocês foi exaustivo.

Pior mesmo é que vocês, cavernosos nunca levam nada além da carteira. Chaves? Para quê? Qualquer coisa eu acordo ela às quatro da madrugada para ela me abrir a porta. Sem falar que vocês também não tem que levar absorvente, já que não menstruam. E protetor solar? Para quê? Câncer de pele é mito, mesmo!

Nos desculpe se na hora que damos atenção a vocês reparamos coisas que fazem mal, como por exemplo a cueca que vocês não trocam há dias e que pode acabar te dando uma infecção, ou as unhas mais grandes que as nossas cheias de craca embaixo, ou então se você vai para um jantar meio chique com seu chefe com aquela blusa que vocês tem há anos e que está pior do que o pano de chão que a empregada usa para limpar o depósito a cada dois meses.

Quanto as amantes-psicopatas. Que grandíssima bobagem. Vocês são os culpados, falam que nos amam, que querem se casar conosco. E apesar de não terem A Pegada a gente ainda acha vocês bonitinhos, sensíveis, mesmo apesar de nos mandarem calar a boca porque preferem escutar o Galvão falando de 22 homens suados que gastam uma hora e meia correndo atrás de uma bola.

Ah, lá vem a história dos direitos iguais. Queremos direitos iguais! Vocês também tem que lavar roupa, a louça, cozinhar, levar crianças para a escola, ir para a reunião de pais. Tenho uma ideia: vamos começar a reclamar dos seus pelos, das gordurinhas, vamos trocá-los por garotões mais novos, vamos mentir quando chegarmos em casa as quatro da madrugada. Pronto, agora estamos iguais mesmo.

Grata
Colunista Romântica

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=5370511713486226548&kw=mulheres+modernosas
veja a carta aqui

Um comentário:

Jessiely Soares disse...

hahaha é isso aí, companheira!

(e eu me chamo Amélia!)