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17.9.09

Musas, Medéias, Medusas

Sacerdotiza do estranhamento,
a admiração suscita o zelo de procurar
a sombra do teu titereteiro
embora àspera a urdidura dos indícios
e fios soltos desvelem tua vileza

Cavalgadura da vilania,
dor é louro com que a musa me coroa,
mordaças reabastecem meu tinteiro
e dos ardis em que me enleias
teço a estopa que mantém a idéia acesa

Anjo obtuso do aniquilamento,
a perspicácia é o avesso da tua malícia.
Ainda é dádiva do artista a visão perspícua
e saber tanto abençoa quanto perturba

Mensageira da minha alforria
provar da tua sordícia é ordem da musa
para que nada escape à pena oblíqua
e seu legado grafe-se em tinta rubra

Iriene Borges

4 comentários:

Malu Sant Anna disse...

poesia por ela mesma...
intensa ao extremo.

Flá Perez (BláBlá) disse...

puts, coisa linda!
lapidou mto bem!

Moniquinha disse...

Li, reli, treli... fino trato!

bjs!

Marci Kühn disse...

Incrível...adorei