Quando o Senhor das Paixões e Ciclones
mandou-me de vez
aquele moreno excessivo
e unânime,
passado algum tempo em colapso,
o céu devolveu a desfeita
tentando enganar meu querer
com o veneno da escolha.
Há muito eu ouvira essa história sem jeito
–a do tal livre arbítrio–
desculpa que um deus de granito, indeciso
criara,
tão indecifrável e incrível
quanto Ele era velho e omisso.
Ainda assim, em exagerado hedonismo,
o ex- Poderoso ostentou luz de velas
e vinhos,
me tratou feito puta,
praticou kama sutra,
num jantar bem à la Dionísio
e pra devolver-me o juízo,
ofereceu o que achava impossível:
vários Adonis e Orfeus,
uma vida tranquila
e estadia segura com vista pro mar
em seu Paraíso.
— Mas não ei de seguir nessas horas o certo
em detrimento do errado!
Fui morrer essa desmesura de amor.
Deixei-O brandindo a alma imortal e diáfana,
olhando a minha volúpia carnal afastar-se,
extasiado.
6 comentários:
Ah Flávia, difícil não ser tua fã.
Você arrasa quando o tema é mitologia, ah, arraza em qualquer área da sensualidade feminina... vc é o máximo.
puts! e eu tava achando que esse não ia ter comentes nesse! olha só quem veio!!
Obrigada, meninas, sou fã de vocês também e muito!
Sempre leio atenta tudo que escrevem e não comento por ter pouco tempo pra ficar na net agora, mas depois volto, sometimes comento, mas tava viajando, tenho que me atualizar. vi postagens de Iriene e Ukma, mas não li ainda pq essas não posso ler com pressa. bjbjbjbjbj
Amo!
ps: Ukma, adorei seu ebook, li quase tudo já. kd o poema q vc fez pra mim? buááá!! rsrs
em um utópico mundo presa, nos devolve a realidade e traz a nós um erotismo e sensualidade na dose certa, tua cria encanta e se rebela a obedecer falsas e fantasiosas hierarquias.
Sim, vai vai ter com os deuses lhes extasie e ensine que é preciso mais que vinho e prazer para subjugar o teu íntimo
Esse poema tem algo de grécia, de filosofia clássica, mas uma liguagem sem rebuscamento, intelgível,e uma força que encanta o leitor. gostei multio, Blá.
Antonio Carlos Rocha
que coisa linda esses comentários!
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