imagem: Luminous-luminance
Saudade: estranha existência.
[grito em sã consciência]
Não a sinto direito, não a conheço. Este ar viciado de origem deturpada define para mim: saudade é querer a presença. Mas que forte querer que se perde em sentidos sem fim? Dores inimagináveis que não posso alcançar. Vivo liberta em meu ceticismo, sou tua negação e com isso convivo.
[que dizer diante desta sombra?]
Saudade... Saudade, para quê? De quem vive em mim, para que sentiria esta falta? De quem convive em mim, como viveria a ausência? De quem desperta sede em mim para quê eu buscaria um sentido - em dor! - se o significado basta existir?
[não compreendo. quase me abstenho]
O dicionário se impõe neste momento. Mas não concilio a cobrança da sentimentalidade discordante repudiada de meus dias. Reviro-me em noites insones que percebo ao ser "eu" quase uma heresia. Vivencio os olhos, o rosto que amo, a fronte e os cabelos e ainda não entendo porque sofreria. Se é dor não faz acordo comigo, porque no interno em que eu vivo só existem verdades que os incautos não podem ver.
[não. decido e finalizo]
Saudade não. Tua incoerência é parte das tolas visões dos que exercitam viver em dor. E é a presença deste amor - inteira, constante e isenta - que em minha defesa não me permite sofrer.
Ana Marques
4 comentários:
Eu queria saber me defender e assim não me permitir sofrer ... mas num sei =(
mto bonito, Ana!
bjbjbj
Ana,
Que delícia essa sintonia!
Te ler me trouxe tanta paz...
Lindo!
Um beijo
Mago Merlin,
Não é defesa, é a integração. Doer para quê se o sentimento é belo e está interno em nós? Se é a sua existência que torna mais doce nossos dias e dá uma nova brisa que anima e alvoroça os dias?
:)
Perspectiva, meu amigo. Só questão de perspectiva.
Flá,
Adoro o que tu escreves. Sabes disso, não é? Se gostas das minhas linhas, mais feliz eu fico. :) Elogio duplo.
Menina,
Existes.
E estamos sintonizadas. :)
Adoro-te, tá?
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