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27.7.10





















rasguei-te as palavras
impugnadas das paixões
que simulamos

não surpreendemos mais
vazios da expressão de prazer
em fronteiras de sentimentos
que nunca existiram

de meus calos desfolhados
tento roubar-te a face
mas eles
cancros silenciosos
têm motivação voyeurista
alimentam-se
dessas nostalgias defeituosas
expiadas em ti
no mais particular
de teu corpo e coração
elevam-me a espectador
de uma tragédia épica
que acolho em mim
por mais de trinta anos.

(ilustração de minha autoria - "marido")

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