Pesquisar este blog

13.12.10

Versos à Quintana






Um dia alguém comentou
que todos os dias há no mar
pequenos rastros de vida.

- As pessoas não somem simplesmente,
lembre, lembre de Iemanjá -

E eu quase acredito
porque vejo os sorrisos deixarem rastros.
Eu acredito que todos os dias devíamos nadar,

nadar é como voar...
eu não tenho fôlego, por isso, não nado.
É mal de asma.

Hoje estou em crise

e a respiração vai querendo sair do eixo
que lhe foi ensinado,
por isso escapuli da cama
e vim madrugar com letras.

Um dia eu li em Quintana
que quem escreve um poema, salva um afogado.

Eu não tenho fôlego para ser sereia.
Todavia se meu pulmão me sufoca, sei como respirar.


(Jessiely Soares)

Um comentário:

Cel Bentin disse...

coisa de quem respira feito quem mergulha: mais alto quanto mais fundo.

delícia, a palavra e a insíração