Há uma estrela solta nesse céu que se enegrece agora, colada em algum pedaço do pano azul escuro que a noite vem estendendo pelo espaço.
Há um espaço em mim destinado a ela, solto, dentro, onde mais nada alcança.
Há, no céu da minha boca, a espera.
No centro da minha mão há afago.
No fundo do que sou, tua lembrança vaga que o meu tempo tem, que não apago.
E muitas vezes, há um véu lilás que tinge as tardes de inverno e que trata de ocupar todos os cantos e encantos, que os meus olhos vislumbram e deslumbram.
Ainda há dentro de mim, num lugar onde a saudade tinge em aquarela, todas as cores quentes que se derramam ao entardecer e que me escorrem em poemas que não mais fazem doer, que flutuam entre as salamandras que aquecem o meu olhar, ao perceber o momento exato do amor se aproximar.
Ainda há o Sol...
Foi-se o tempo do amargo e do sal.
Pela casa, a lembrança do afago e do fogo nada fátuo, que nenhum futuro não mais apaga...
(sheyladecastilhoº & necka ayala
4 comentários:
Fico aqui imaginando o pano azul escuro que desce(lindo!), o véu lilás que tinge as tardes de inverno, o sol, a saudade, a lembrança do afago - em imagens de aquarela ou fotogramas formados pelas letras ou pinturas e versos, o ir-se -tomara sem volta- do amargo e do sal.
Poetas queridas, muito lindo, viu. Muito mesmo!
Um beijo, aliás, dois!rs
Uma explosão de cores, dores e amores... Lindo, Sheyla!
Beijos,
Mari
beijos que entardecem mas não findam, tal qual a noite que já foi tarde...
Perfeito!!!!!
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