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14.8.09

Vara Curta



Cutuca com pau de laranjeira, espreme até sangrar, sabe muito bem como manipular as batidas do coração de uma onça brava. Ele quer apenas se divertir, estalar o dedo, e, ela mansamente, sem medir esforços, em seus braços cair . É uma fêmea da melhor espécie, pele brilhosa, limpa, seu cheiro perturba machos vira-latas, machos com pedigree. Uma mulher-onça, com olhar carente, mas firme, sensualidade em cada pisada, leve, sorrateira, só que tem um defeito: acredita em sapos que viram príncipes – vive um conto de fada - espera um cavalo branco com asas. Acha que ele é sua alma gêmea ou que já se amaram em outras encarnações, até vela para anjo da guarda acende para não morrer de paixão. Esse felino ouriçado se sente o mais cobiçado do pedaço, mostra-se forte, pleno, livre, porém, esconde um machucado – imerso no seu orgulho. Quer todas as fêmeas imaculadas lhe dando banho de língua, e, até agora ainda não encontrou nenhuma para lamber seu ego ou aliviar sua míngua. Uma solidão que se esconde quando entra no estado liquido da matéria do homem, um transbordo que pode ser comprado, às vezes, sem muito esforço pode ser dado. Que bicho dá no homem que o faz com apenas uma mulher ficar? Não ter mais olhos para outra, que o faz até mesmo chorar? Já não canta mais de galo e nem se atrai por galinha. A mulher tem que caçar esse tal bicho, do contrário vai continuar se vestindo oncinha. Mas se isso for uma conseqüência... é melhor não cutucar com vara curta!