Eu, Gênia Ariana
A fumaça cinzela meu vulto no vento
Suspensa
Trespassa-me a paralisia do sofrimento
para o cativo
serei augúrio da degradação
para o algoz da glória
Desde que o primeiro homem
burlou a inconsciência
um rubor de chama e sangue
mancha minha memória.
Subverte-se a hierarquia da criação
No encalço da perfeição
a perfídia devasta a terra
O espírito é banido da matéria
e os gênios buscam exílio
na desolação sidérea
Expatriada como a judia
enjeitada como a cigana
choro
eu
Ariana
Iriene Borges
4 comentários:
Gostei muito desse texto!
Gostei do poema Iriene, ficou show!
Isso está de uma profundidade abissal. Maravilhoso.
show!
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