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10.9.09

Eu, gênia Ariana

Eu, Gênia Ariana

A fumaça cinzela meu vulto no vento
Suspensa
Trespassa-me a paralisia do sofrimento

para o cativo
serei augúrio da degradação
para o algoz da glória

Desde que o primeiro homem
burlou a inconsciência
um rubor de chama e sangue
mancha minha memória.

Subverte-se a hierarquia da criação
No encalço da perfeição
a perfídia devasta a terra

O espírito é banido da matéria
e os gênios buscam exílio
na desolação sidérea

Expatriada como a judia
enjeitada como a cigana
choro
eu
Ariana


Iriene Borges

4 comentários:

bemditorosa disse...

Gostei muito desse texto!

Maria Júlia Pontes disse...

Gostei do poema Iriene, ficou show!

Ruy Villani disse...

Isso está de uma profundidade abissal. Maravilhoso.

Larissa Marques - LM@rq disse...

show!