imagem: Catarina
Não te alcanço, não te danço, não te vivencio.
Quem és tu que aqui estacionas e achas que me abandonas quando quem te desvia sou eu? Quem és para me olhares de cima destas tuas colinas sem fim a começar?
Quem és que me negas até o momento em que serei eu que te negarei?
Ah... vais...
Que sigo um caminho onde teus passos pífios não podem ir.
Que sou desenvolta e percorro sem demora as montanhas andantes onde sou meu berrante e levo o gado para me obedecer.
Ah, vou!
E tu se perdes nos rios, enquanto eu rio vendo o tempo passar.
Tanto tempo passado e o momento - relapso! - se distrai em petardos a me aborrecer. Tua vitória é a mentira que contas nas partidas em que ganhas moedas que o vício não pode comprar.
Me vês?
Vou indo, é dada minha hora. Não te alcanço em tua ronda, não me enxergas no vão. Vou, que os dias passaram, me espera o mercado, as tarefas do dia e as contas que não conheces e não tens.
Vou, porque tua rotina também é mentira, porque teu tempo contado passa aqui do meu lado e me apresso para te perder...
... porque agora é o desejo que me remete ao começo...
e não te quero rever.
Ana Marques
3 comentários:
Você brinca bem com as palavras, moça. No caminho, existem atalhos que nem sempre nos leva ao destino. Mas gosto daquilo que enxergamos ao fazer a curva. Beijo grande!
Eu nunca tive pressa pra perder... mas se perco, logo desapego rs
ah , que beleza!
e deu vontade de um poema a la nas coxas:
há que se dizer ao homem
(ainda em tempo pra que ele aprenda):
"orgulho besta",
porque não admitir a falta
quando se perde
é foda...
bjbjbj
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