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no quarto o lobo espera.
os olhos, fitos na porta,
brilham.
antecipando o prazer.
na sala, a moça treme,
os olhos, fitos na porta,
brilham.
antevendo as presas.
no quarto, o lobo brinca.
os olhos, fitos no vermelho,
brilham.
devorando a carne branca.
no quarto, a moça morre.
os olhos, fitos no vermelho,
brilham.
implorando uma última mordida.
rosa cardoso
4 comentários:
Rosa,
fiz um texto que lembra (ligeiramente) esse... o mote de chapeuzinho e sua interação com o lobo.
Mas aqui vc a deixa ansiosa em ser devorada. No meu falo de uma personagem ávida por carne e sangue humanos.
:)
Sempre visões que mostram a riqueza de um universo mítico.
Adorei. A expectativa chega aqui.
beijo
A fábula original tem um viés mais sexy, tinha lido algo sobre o assunto na época em que fiz o poema e que conheci meu lobo.
Rosa, adorei!
As fábulas sempre foram mais falubas que fábulas:)
Gostei muito do texto.
Abraço
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