Ela tem o corpo sempre aberto,
todo feito de faltas e excessos
e muito pequeno para seus desmandos
- uns gestos -
Nele não cabe tudo o que ela sabe
por isso aqueles grandes olhos
imersos em quasares,
soturnos,
olhos enormes de animal noturno
- se ela é a presa,
há que se cuidar no escuro -
E se por descuido ou por vontade
ela nos sorve
para dentro da voragem
aquele corpo pequenino e sempre aberto
apascenta os pedaços
com a urgência de alguém que morre.
3 comentários:
É muito bonito este texto. Conhece a poesia de Ana Luísa Amaral? É curioso como parece partilhar a mesma imagética desta poeta. Um abraço.
não conheço...vou procurar.
bjbjbj
Achei! olha, que coisa linda:
http://www.mulheres-ps20.ipp.pt/Ana_Luisa_Amaral.htm#Testamento
Postar um comentário