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13.7.10

a partilha

























partida em duas sem se dividir
e a repressão corre na veia
como picada sob faca
a carne de segunda

fatiada de maneira escusa
sem dó ou piedade
não é o extirpado que grita
reclamando o colo decapitado

quem chora é o progenitor
na ignorância do fato
de estar sendo bifurcado
feito mote mal fadado

a partilha foi feita
como numa missa dominical
todos saem inteiros
e apenas um corpo distribuído

a conta máxima do silêncio
do sangue que corre desvalido
misturado com água e lágrimas
rumo ao ralo do banheiro social.

(ilustração de minha autoria)

4 comentários:

Suzana disse...

Adorei a ilustração feita por você.
Parabéns

Larissa Marques - LM@rq disse...

obrigada, mas meu forte mesmo é a escrita!!!

Iriene Borges disse...

tuas ilustrações estão fantásticas Larissa! Até vou deixar pra comentar o poema depois.

Beijo

Iriene Borges disse...

O poema merece um olhar só dele. Gostei muito .