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8.7.09

Velhas Palavras - Flá Perez

Não tem mais graça
esse infinito
pois logo ali acaba

e arranje outro termo
pro eterno
quando ele se gasta.

Não acredite em denso
que é muito pouco,
nem em bastante
se já não basta.

Se por hora
a sombra é muito clara
e deus não causa assombro
prefira o fogo e o inferno.

Insistir,
não há mais como,
em sexo, nexo, plexo.
Em cada esquina tem um morto
(morre ao ficar desconexo).

Ósculo bem sabe ser ridículo,
mas o beijo, coitado!
cansou de rimar desejo.

Tanto usaram amor
com dor
que ele fugiu assustado,
precisam dizer algo maior...

Tigresa com s
não soa
bastante selvagem,
bruxas são muito boas
e as fadas, cansei delas,
mas, por segurança,
embrulha uma pra viagem.

Que o dicionário
enfie a viola no saco,
a gramática exploda
como supernova
o lugar comum que se foda!

Eia entrelinhas!
Evoé metáfora!
Longa vida aos palavrões
palimpsestos,
e a coisa insinuada!

Vamos pela vida afora...


Flá Perez (BláBlá)2009
http://tudoqpuderbyblabla.blogspot.com/

4 comentários:

(sheyladecastilhoº disse...

adorei! paradoxos e contradições poéticas sublinguais...

Larissa Marques - LM@rq disse...

sê bem vinda!
muito bom o poema!

Flá Perez (BláBlá) disse...

Obrigada!

Unknown disse...

Belo poema. Muito bom mesmo. Sabes o que queres dizer e dizes como poucos. Parabéns. Abraços.